O Pássaro Chica-Amorica
O Pássaro Chica-Amorica
Era uma vez um pássaro chamados Chica-Amorica. Tinha o ninho e três filhos no alto de um carvalho. E cantava, feliz da vida. Chegou então a raposa e perguntou:
- Quem está a cantar em tão alto carvalho?
E logo o pássaro respondeu:
- É a Chica-Amorica e seus filhos três.
E disse a raposa:
- Pois deita para cá um, senão alço o rabo, corto o carvalho e como Chica-Amorica e seus filhos três. Cheia de medo, a avezinha deitou um filho para fora do ninho e toda a noite chorou. No dia seguinte, voltou a raposa e perguntou:
- Quem chora em tão alto carvalho?
E logo Chica-Amorica respondeu:
- É a Chica-Amorica com seus filhos dois,
E a raposa tornou:
- Pois deita para cá um, senão alço o rabo, corto o carvalho e como Chica-Amorica e seus filhos dois.
Sem parar de chorara a avezinha deitou um filho para fora do ninho. Pouco de pois passou por ali o mocho que era compadre da Chica-Amorica. Ao ouvir chorar, perguntou:
- Quem esta a chorar no alto deste carvalho?
E veio a resposta:
- É a Chica-Amorica e seu filho único. Passou por aqui a raposa e disse que cortava o carvalho com o rabo e que me engolia junto com os meus filhos. Já levou dois e não deve tardar para vir buscar o último.
O mocho disse-lhe que não se afligisses e ensinou as respostas que devia dar á raposa. E ficou por ali a passear até que apareceu a raposa. E logo veio a pergunta, mas Chica-Amorica tinha aprendido a lição e respondeu que rabo de raposa não corta carvalho. Irritada a raposa gritou:
- Isso são conselhos do teu compadre!
O mocho apareceu e disse:
- Pois!
A raposa disse então ao Mocho que pusesse um pé no chão e o outro no ar. Este a sim fez e disse:
- Pois.
- Agora fecha um olho e abre o outro - ordenou a raposa.
Era o que a raposa queria. Engoliu o Mocho e desatou a correr enquanto gritava:
- Mocho comi! Mocho comi!
O Mocho, que tinha ficado inteiro na boca da apressada raposa, gritou:
- Berra mais alto para a minha família ouvir.
A raposa abriu muito a boca, o Mocho fugiu e gritou:
- A outro, a outro que a mim não!
Fonte: http://culturapopular.no.sapo.pt